A fome come a doçura do olho
e esfalfa o resto, da testa ao queixo;
deixa tantos sinais de desgosto,
torna todos os rostos iguais.
Tão violento é o crescimento dos famintos
indo e vindo nos labirintos tóxicos
que sinto medo de ser o próximo:
já não reconheço ninguém.
Do livro Pequeno arsenal, de Jorge Emil, Editora Bom Texto, 2004
sexta-feira, 16 de maio de 2008
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Um comentário:
Belo poema para se postar no aniversario de um epidemiologista. rs. Parabens, parabens, parabens, três vivas, três salvas. É bom saber que o poeta continua vivo.
Abraço
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