A SUPERAÇÃO
Me agradava o abrigo atrás da grade grossa
ou a fundura da fossa sem claridade,
pois, claro, fosse como fosse, era mais fácil.
Que fase! Duro era fazer a frase escassa
expondo um espasmo esparso de gratidão.
Agora, dou graças pela alegria em grãos
e pelas grandes desgraças. Viva o etéreo
misto do muitas-vezes-visto com o mistério.
Diante do milagre já não sou um cabeça
de bagre. Aos males sem fim e sem começo eu
agradeço. Vale de lágrimas, valeu.
Poema inédito de Jorge Emil (2024)
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